A lipoproteína (a) ou Lp (a) é uma partícula rica em colesterol e semelhante à lipoproteína de baixa densidade (LDL) ligada à apolipoproteína (a), sendo produzida pelo fígado. Níveis de lipoproteína (a) acima de 30 mg/dL estão associados a um risco duas vezes maior de desenvolver doença arterial coronariana (DAC).
A Lp (a) vem sendo conhecida como um novo marcador cardiovascular, atuando diretamente na inflamação vascular, aterogênese e trombose. Isso porque a Lp (a) inibe a plasmina, reduzindo a degradação dos coágulos de fibrina, aumentando o risco de trombose.
Um estudo prospectivo dinamarquês envolvendo mais de 9.000 indivíduos durante um acompanhamento de 10 anos mostrou que níveis extremamente elevados de Lp (a) (≥ 120 mg/dL) aumentaram de 3 a 4 vezes o risco de doenças cardiovasculares.
Estudos mostram a ineficácia das estatinas na redução da lipoproteína (a). Contudo, a suplementação com vitamina B3, ômega3, coenzima Q10, L-carnitina e o uso de medicamentos inibidores de PCSK9 (pró-proteína convertase subtilisina/kexina tipo 9) demonstraram reduzir a Lp (a).
Entretanto, é importante compreender a causa da elevação da Lp (a). Embora a genética desempenhe um papel significativo na determinação dos níveis de Lp(a), fatores ambientais também podem influenciar esses níveis. Por exemplo, o consumo excessivo de gorduras saturadas e colesterol na dieta pode aumentar os níveis de Lp(a). Além disso, certas condições médicas, como doença renal crônica, hipotireoidismo, baixos níveis de testosterona e estradiol, inflamação e resistência à insulina e diabetes, também podem estar associadas a níveis mais altos de Lp(a).
Na prática clínica diária e na ausência de medicamentos bem tolerados que diminuam efetivamente as concentrações de Lp(a), níveis acima de 25-30 mg/dL devem levar a um controle mais rigoroso dos demais fatores de risco para DAC.
Referências:
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