Imunoterapia celular mira mutação comum do câncer humano. Foram isolados linfócitos infiltrantes do tumor que miravam a mutação KRAS G12D de nódulos tumorais nos pulmões do paciente que se desenvolveram após as células de câncer colorretal se espalharem para os pulmões. Em um estudo de imunoterapia para o câncer colorretal que envolveu um único paciente, uma equipe de pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer (NCI) dos EUA identificou um método para direcionar a proteína cancerígena produzida por uma forma mutante do gene KRAS. Esta imunoterapia direcionada levou à regressão do câncer no paciente do estudo. A descoberta apareceu em 8 de dezembro no New England Journal of Medicine. O estudo foi conduzido por Steven A. Rosenberg, M.D., Ph.D., Chefe de Cirurgia do Center for Cancer Research do NCI, e foi realizado no NIH Clinical Center. Mais de 30% de todos os cânceres humanos são conduzidos por mutações em uma família de genes conhecidos coletivamente como RAS, que tem três membros: KRAS, NRAS e HRAS. Acredita-se que as mutações no gene de KRAS são responsáveis por 95% de todos os cânceres de pâncreas e 45% de todos os cânceres colorretais. Uma mutação chamada G12D é a mutação KRAS mais comum e estima-se que ocorra em mais de 50.000 novos casos de câncer nos Estados Unidos a cada ano. Devido à sua importância na ocorrência do câncer, esforços mundiais para atingir com êxito os genes RAS mutantes estão sendo perseguidos. Na tentativa de desenvolver abordagens mais eficazes para mirar o RAS, a equipe de Rosenberg isoloulinfócitos infiltrantes do tumor (TILs) que miravam a mutação KRAS G12D de nódulos tumorais nos pulmões do paciente que se desenvolveram após as células de câncer colorretal se espalharem para os pulmões. TILs são glóbulos brancos que migram da corrente sanguínea para um tumor. Os TILs isolados foram cultivados em laboratório em grandes quantidades e depois infundidos no doente por via intravenosa. Após a infusão de TILs, todos os sete nódulos pulmonares metastáticos no paciente regrediram e essa regressão persistiu por nove meses. Após nove meses, uma das lesões evoluiu e foi removida cirurgicamente. Verificou-se que esta lesão perdeu um segmento do cromossomo 6 que inclui um gene conhecido como HLA-C*0802. Este gene está envolvido na apresentação antigênica, um processo através do qual um antígeno produzido por uma célula é exibido na superfície externa da célula e é assim “apresentado” ao sistema imune. Se o sistema imunológico reconhecer o antígeno como anormal ou estranho, uma resposta imune contra ele será montada. Neste caso, devido à perda do segmento do cromossomo 6, o sistema imunológico foi incapaz de reconhecer as células cancerosas como sendo anormais, e eles foram capazes de escapar e continuar prosperando. Desde que a lesão foi removida, no entanto, o paciente está livre de doença há mais de oito meses. Retirado de: http://www.labnetwork.com.br/destaque/imunoterapia-celular-mira-mutacao-comum-do-cancer-humano/