Início Lipoproteína – LP(A), um importante marcador de doença cardiovascular – por Vanessa Cardoso
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Publicado em 29/05/2024
Lipoproteína – LP(A), um importante marcador de doença cardiovascular – por Vanessa Cardoso
A lipoproteína (a) ou Lp (a) é uma partícula rica em colesterol e semelhante à lipoproteína de baixa densidade (LDL) ligada à apolipoproteína (a), sendo produzida pelo fígado.
Lipoproteína – LP(A), um importante marcador de doença cardiovascular – por Vanessa Cardoso

A lipoproteína (a) ou Lp (a) é uma partícula rica em colesterol e semelhante à lipoproteína de baixa densidade (LDL) ligada à apolipoproteína (a), sendo produzida pelo fígado. Níveis de lipoproteína (a) acima de 30 mg/dL estão associados a um risco duas vezes maior de desenvolver doença arterial coronariana (DAC).

A Lp (a) vem sendo conhecida como um novo marcador cardiovascular, atuando diretamente na inflamação vascular, aterogênese e trombose. Isso porque a Lp (a) inibe a plasmina, reduzindo a degradação dos coágulos de fibrina, aumentando o risco de trombose.

Um estudo prospectivo dinamarquês envolvendo mais de 9.000 indivíduos durante um acompanhamento de 10 anos mostrou que níveis extremamente elevados de Lp (a) (≥ 120 mg/dL) aumentaram de 3 a 4 vezes o risco de doenças cardiovasculares.

Estudos mostram a ineficácia das estatinas na redução da lipoproteína (a). Contudo, a suplementação com vitamina B3, ômega3, coenzima Q10, L-carnitina e o uso de medicamentos inibidores de PCSK9 (pró-proteína convertase subtilisina/kexina tipo 9) demonstraram reduzir a Lp (a).

Entretanto, é importante compreender a causa da elevação da Lp (a). Embora a genética desempenhe um papel significativo na determinação dos níveis de Lp(a), fatores ambientais também podem influenciar esses níveis. Por exemplo, o consumo excessivo de gorduras saturadas e colesterol na dieta pode aumentar os níveis de Lp(a). Além disso, certas condições médicas, como doença renal crônica, hipotireoidismo, baixos níveis de testosterona e estradiol, inflamação e resistência à insulina e diabetes, também podem estar associadas a níveis mais altos de Lp(a).

Na prática clínica diária e na ausência de medicamentos bem tolerados que diminuam efetivamente as concentrações de Lp(a), níveis acima de 25-30 mg/dL devem levar a um controle mais rigoroso dos demais fatores de risco para DAC.

Referências:

Duarte Lau F, Giugliano RP. Lipoprotein(a) and its Significance in Cardiovascular Disease: A Review. JAMA Cardiol. 2022 Jul 1;7(7):760-769. doi: 10.1001/jamacardio.2022.0987. Erratum in: JAMA Cardiol. 2022 Jul 1;7(7):776. PMID: 35583875.

Tsimikas S. The re-emergence of lipoprotein(a) in a broader clinical arena. Prog Cardiovasc Dis. 2016 Sep-Oct;59(2):135-144. doi: 10.1016/j.pcad.2016.07.005. Epub 2016 Aug 3. PMID: 27497506.

Maranhão RC, Carvalho PO, Strunz CC, Pileggi F. Lipoprotein (a): structure, pathophysiology and clinical implications. Arq Bras Cardiol. 2014 Jul;103(1):76-84. doi: 10.5935/abc.20140101. PMID: 25120086; PMCID: PMC4126764.

Cybulska B, Kłosiewicz-Latoszek L, Penson PE, Banach M. What do we know about the role of lipoprotein(a) in atherogenesis 57 years after its discovery? Prog Cardiovasc Dis. 2020 May-Jun;63(3):219-227. doi: 10.1016/j.pcad.2020.04.004. Epub 2020 Apr 8. PMID: 32277995.

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